Fórum Permanente: Diálogos sobre Subjetividade dos Povos Indígenas e desafios da Permanência Universitária

Texto: Thais Alves dos Santos | Edição: Gabriela Villen | Foto: José Irani

A subjetividade dos povos indígenas e os desafios da permanência universitária foram tema do Fórum Permanente, realizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Unicamp, no dia 22 de maio, no Centro de Convenções (CDC). O evento foi organizado pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM), em parceria com o Instituto de Artes (IA), a Faculdade de Educação (FE), a Comissão Assessora para Inclusão Acadêmica e Participação dos Povos Indígenas (CAIAPI), a Rede de Escuta e Desaprendizagens Étnico-Subjetivas (REDES), e o Coletivo Raiz das Imagens (Cinema e Ação). O Fórum reuniu academia,  ideranças políticas e espirituais dos povos indígenas e a comunidade, para dialogar sobre os desafios da permanência universitária e a saúde mental dos estudantes indígenas.

Um dos organizadores do Fórum, Nelson Filice de Barros, docente da FCM, trouxe um pouco da trajetória do projeto de pesquisa “Ayurí-Fapesp, saúde, doença e cuidado na perspectiva dos alunos indígenas ingressantes nos cursos de graduação”. “Nós imaginamos discutir sentidos que tinham a ver com acesso, com as pessoas que estavam chegando. A grande descoberta foi que o acesso é só um pequeno pedaço de trazer os povos para dentro. O desafio era a permanência. Discutir a permanência e ter viva a necessidade  de criar as formas para permanecerem, é o que nos desafia hoje”, afirmou Barros.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Fernando Coelho, destacou a relevância do evento para a administração da universidade. “Os Fóruns Permanentes representam um espaço de discussão de temas nacionais, de temas  de relevância para a comunidade. Ele traz esses assuntos para serem discutidos na universidade”, ressaltou. Coelho pontuou ainda os esforços que a Universidade tem realizado visando a permanência dos estudantes indígenas. “É realmente algo em que a gente tem que apostar muito alto. A gente sabe das dificuldades. Mas, o mais importante, é não só trazer a comunidade indígena para a universidade, mas também fazer com que, por meio das políticas de permanência, essa comunidade possa se formar e, dessa forma, voltar para suas comunidades e exercer seus conhecimentos junto com os conhecimentos que são os conhecimentos naturais da comunidade”, destacou.

O Fórum contou também com a participação do líder espiritual e político, Álvaro Tukano, que fez um discurso agradecendo às personalidades e instituições que foram importantes para a luta indígenas: “Quero agradecer a universidade que sempre abraçou a questão indígena com muito respeito. Tenho certeza que essa universidade produziu uma visão própria, uma visão de índio que fala para o  Brasil os seus sentimentos. É importante para transformar o pensamento acadêmico, que antes era tão difícil e fechado”, afirmou.

O Fórum contou ainda com a pré-estreia do documentário “O Caminho da Cura”. O filme é conduzido pelo acadêmico Yepã Mahsã, que assume a câmera para relatar sua própria jornada. O longa-metragem foi idealizado a partir das oficinas audiovisuais do projeto de pesquisa “Ayurí-Fapesp, saúde, doença e cuidado na perspectiva dos alunos indígenas ingressantes nos cursos de graduação” da Unicamp.

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