Imagens e apagamentos do refúgio contemporâneo serão tema dos Fóruns Permanentes

Autoria: Maria Luiza Robles Arias e Gabriela Villen | Revisão: Felipe Dos Santos | Fotografia: Yan Boechat, Mossul, 2016

 

Refletir sobre o acolhimento de pessoas forçadas a se deslocar internacionalmente é o objetivo do Fórum Permanente do dia 13 de agosto. O evento faz parte da programação dos Fóruns Permanentes da Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC) da Unicamp, com o tema “Imagens e apagamentos do refúgio contemporâneo”, a partir das 9 horas, no Centro de Convenções. O Fórum propõe um debate expandido e multidisciplinar, com uma reflexão colaborativa entre universidade, poder público, organizações internacionais, refugiados e sociedade civil acerca dos deslocamentos forçados contemporâneos, inserindo-os em uma perspectiva mais ampla de debate público. Confira a programação completa. As inscrições devem ser realizada no formulário.

 

De acordo com João Felipe Rufatto Ferreira, um dos organizadores do evento, o último relatório da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) revelou que já são mais de 120 milhões as pessoas obrigadas a se deslocar em todo o mundo. O Brasil, por sua vez, tem se destacado no acolhimento desses indivíduos, especialmente no contexto sul-americano, reconhecendo mais de 143 mil pessoas como refugiadas. “Diante desse contexto, é fundamental que a sociedade brasileira, em diferentes níveis, reflita sobre e implemente mecanismos para o acolhimento dessas pessoas”, acrescentou Rufatto, mestrando em Multimeios no Instituto de Artes (IA) e membro do grupo de pesquisa “Trajetórias Sem Fronteiras: Cinemas do Refúgio Contemporâneo” (CINERE), que está à frente do projeto. 

 

João Felipe também destaca a importância da atuação da universidade e, especificamente, da ProEEC nesse processo: “O acolhimento precisa ser transversal. É fundamental que a Universidade atue, em conjunto, com outros setores da sociedade. Caso contrário, a gente corre o risco de criar um espaço de exceção. Por isso, a extensão precisa ser um fator estruturante desde o início do processo, tanto no sentido de uma abertura da Universidade, ou seja, para trazer para o ambiente acadêmico experiências e saberes de pessoas impactadas por experiências de deslocamento, quanto para a criação de iniciativas que visem, a partir da universidade, impactar positivamente esses indivíduos, reduzindo desigualdades, minimizando vulnerabilidades e, no limite, propondo transformações sociais”, afirmou.

A diversidade de vozes que comporão o debate também foi destacada pelo organizador: “A gente tem representantes de diferentes áreas: poder público, organizações humanitárias, organizações da sociedade civil, coletivos de ativistas dos direitos humanos, artistas, jornalistas e pesquisadores, muitos dos quais vivenciaram (e estão vivenciando) experiências de deslocamentos. Acho que essa diversidade de perspectivas vai gerar um debate muito produtivo e, sobretudo, interdisciplinar. A interdisciplinaridade é fundamental para se pensar os deslocamentos humanos na contemporaneidade”, destacou.

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