Autoria: Bruna Mozer Fotos: Pedro Amatuzzi (Comunicação ONHB) Edição de imagem: Alex Calixto
Equipes do nordeste receberam o maior número de medalhas na grande final da 15ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), projeto realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Mais de 1,1 mil estudantes de todo o país estiveram na Universidade neste sábado e domingo (26 e 27/8) para participarem da prova e de uma emocionante cerimônia de premiação que celebrou os 15 anos da ONHB.
Ao todo, 340 equipes formadas por professores e estudantes dos ensinos fundamental (8º e 9º anos) e médio de escolas públicas e particulares vieram para a final em Campinas. Foram entregues 15 medalhas de ouro, 25 de prata e 35 de bronze, além de troféus às escolas com grupos medalhistas e medalhas de honra ao mérito aos demais participantes.
“A Olimpíada Nacional em História do Brasil é, sem dúvida alguma, um dos mais importantes eventos de extensão que a universidade disponibiliza. É realmente uma coisa absolutamente fantástica”, afirmou o pró-reitor de Extensão e Cultura, Fernando Coelho, que na ocasião representou o reitor. “Quando a gente começa a olhar com um pouco mais de detalhe essa atividade, a gente reconhece aquilo que eu considero a extensão que uma universidade como a nossa deve fazer, no sentido de que ela é transformadora. Ela transforma não só a vida das pessoas que estão envolvidas no processo, como também transforma as comunidades, as escolas, os alunos e suas famílias. Ela dá a esses alunos uma dimensão de formação crítica, trabalha realmente na formação de cidadania”, destacou.
O estado do Ceará é o que levou maior número de medalhas, um total de 18. Na sequência, estão São Paulo e Pernambuco, com 11 equipes medalhistas cada. Minas Gerais teve oito grupos vencedores.
Bahia e Paraíba somaram seis equipes medalhistas cada. Em seguida, está Goiás com três grupos. Rio Grande do Norte, Acre e Rio de Janeiro somaram duas equipes cada. Já os estados do Maranhão, Amazonas, Alagoas, Espírito Santo, Tocantins, além do Distrito Federal, tiveram um grupo medalhista cada.
As equipes participaram de uma prova dissertativa no sábado, que teve como tema central os povos indígenas. A entrega das medalhas foi realizada neste domingo em uma emocionante cerimônia de premiação que contou com um show e a presença de autoridades da Unicamp, como representantes da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) e do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH).
Também estiveram presentes representantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e da Associação Nacional dos Historiadores (Anpuh) — apoiadores da ONHB —, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), além de convidados, elaboradores da prova e familiares das equipes finalistas.
Em seu discurso durante a final, a coordenadora da ONHB e professora do IFCH, Cristina Meneguello, ressaltou a trajetória da Olimpíada nesses 15 anos e o formato do projeto que envolve famílias, professores de várias áreas e as escolas como um todo.
“Este é um momento de lembrar várias histórias de vida que foram tocadas pela ONHB. Temos professores vindo pela primeira vez e alguns que estão conosco há 15 anos. A Olimpíada é um projeto que tem por objetivo discutir a História do Brasil, preservar a autonomia dos estudantes, ensiná-los a pensar, a terem suas ideias, a entender e a desafiar os seus limites”, disse.
A equipe “Memórias Póstumas”, do Colégio Contato Maceió, de Alagoas, participou pela segunda vez da ONHB e levou medalha de ouro na final.
“Não esperávamos esse resultado. Apesar de ter sido uma prova diferente do que esperávamos e do que fizemos em simulados, conseguimos usar o repertório que já havíamos estudado e conquistamos a medalha. Estamos muito felizes, nem dá para acreditar”, disse João Victor Guedes, que está no 2º ano do Ensino Médio.
Recorde de inscritos em 2023
Neste ano, a ONHB — que é o maior projeto de extensão da Unicamp — somou 30,5 mil grupos participantes, um total de 120 mil pessoas. O número é o maior já registrado entre todas as edições e representa um aumento de 68% em comparação com 2022.
Participam da Olimpíada estudantes dos 8º e 9º anos do Fundamental e do Ensino Médio, em grupos compostos por três alunos e um professor de História. A ONHB tem seis fases online, que foram realizadas nos meses de maio e junho, com duração de uma semana cada. As provas dessas etapas incluíram questões de múltipla escolha e realização de tarefas, que puderam ser elaboradas pelos participantes com base em debate com os colegas, pesquisa em livros, internet e orientação do professor.
Vagas Olímpicas e prêmio de reconhecimento aos professores
Os estudantes finalistas também puderam fazer uma prova adicional e individual para concorrer à vaga no curso de graduação em História da Unicamp. A ONHB faz parte do edital ‘Vagas Olímpicas’, portanto, alunos medalhistas têm a chance de ingressar na Universidade sem fazer o vestibular de acordo com seu desempenho. As medalhas da ONHB também são aceitas em outras universidades.
Durante a palestra realizada para professores na manhã de sábado, a professora Carolina Ledoux, da Bahia, recebeu o Prêmio Joan Botelho por ser a orientadora finalista com maior número de equipes inscritas: 116 no total.
O prêmio é um reconhecimento aos docentes pelo empenho no apoio ao ensino e à divulgação científica em História. Também foi realizada uma homenagem a Joan Botelho, professor do Maranhão que faleceu em decorrência da covid-19, em abril de 2021, e que foi um importante apoiador da ONHB, participando desde as primeiras edições.
A ONHB é realizada com apoio do Departamento de História da Unicamp, do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) da Unicamp, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Unicamp e da Associação Nacional de História (Anpuh). Conta também com a participação de docentes universitários, alunos de graduação, mestrandos e doutorandos.