Autoria Gabriela Villen (Comunicação Proec) | Fotos José Irani (Comunicação Proec) | Edição de imagem Alex Calixto
Homenagear as vítimas da covid-19 e buscar transformar a dor dos que ficaram em esperança são as bases do projeto finalizado na quinta-feira (14), com a inauguração do grafite de Gustavo Nénão no muro do Colégio Técnico da Unicamp (Cotuca). A obra é parte do Memorial Covid da Unicamp, projeto da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec). A solenidade aconteceu no Centro de Convenções (CDC) e contou com a presença do reitor Antonio José de Almeida Meirelles; do pró-reitor de Extensão e Cultura, Fernando Coelho; da diretora executiva de Ensino Pré-Universitário, Cristiane Maria Megid; do diretor do Cotuca, Luiz Seabra Júnior; além do artista Gustavo Nénão e da arquiteta da Proec e idealizadora do projeto Renata Marangoni.
“Um aspecto importante da obra realizada é o de preservar a memória de um momento difícil da história do mundo. Particularmente difícil, porque juntou um momento também de negacionismo da ciência. E o impacto destrutivo da pandemia foi maior do que poderia ter sido”, refletiu o reitor.
Para Antonio José de Almeida Meirelles, a arte é a melhor forma de preservar essa história, pois revela o sofrimento e a esperança. “Temos que ser capazes de acreditar que, dessas dores e desse sofrimento, podemos construir um mundo melhor. Acho que esse é um desafio grande que compartilhamos com os artistas. Como instituição, queremos que o futuro desse país, o futuro da nossa região, o futuro dos nossos alunos do Colégio Técnico, seja melhor. Queremos contribuir para um futuro melhor na nossa sociedade”, afirmou.
São 170 metros de muro que ligam o Colégio Técnico da Unicamp (Cotuca) à Av. João Penido Burnier, na Vila Itapura, em Campinas. A arquiteta da Proec Renata Marangoni, uma das idealizadoras do projeto, destacou a importância do local. “Esse muro tem uma extensão muito grande, em uma área muito ampla da cidade. Ele abre um diálogo muito grande com a cidade. E a ideia era justamente criar esse diálogo entre a Unicamp e a cidade”, relatou. “O grafite é uma arte muito acessível, é uma arte inclusiva, que fez todo mundo que passa ali pertencer àquele lugar”, afirmou.
Nénão também chamou a atenção para as reações das pessoas durante a pintura. Muitas vezes, olhavam com desconfiança ou irritação, mas logo se entusiasmaram e chegaram a opinar sobre as cores e os desenhos. “A pessoa já chegava meio mal-humorada, mas se transformava”, contou. “Essa transformação é uma realização. Não só a homenagem, mas você realmente mudar a atmosfera do lugar, mudar a vibe, a energia das pessoas”, ressaltou.