Proposta de extensão universitária em participação social está em debate no governo

Secretaria Nacional de Participação Social integra Grupo de Trabalho Técnico criado pelo MEC para analisar proposta.

As universidades e os movimentos populares brasileiros têm uma história de parcerias que resultaram em diversos projetos de extensão universitária que atenderam às necessidades de várias comunidades. A viabilidade de expandir, aprofundar e aperfeiçoar esse relacionamento incluindo órgãos do governo federal está em análise no Grupo de Trabalho Técnico (GTT) criado pelo MEC (Ministério da Educação) para realizar estudos para um Plano de Extensão em Participação Social.

O GTT, que tem a participação da Secretaria Nacional de Participação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, promoveu o Seminário Extensão e Participação Social para avançar nos debates. A atividade reuniu representantes do governo federal, das universidades e da sociedade civil.

A Secretária-Executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Coelho, disse que o governo federal trabalha para reconstruir políticas públicas e as parcerias da pasta com o Ministério da Educação (MEC), especialmente no GTT, têm um caráter estratégico. Segundo ela, é necessário reconhecer a perspectiva inclusiva das ações do governo e a importância da articulação com a universidade e os movimentos sociais para avançar em políticas públicas.

Para a Secretária, o plano de extensão chega em muito boa hora quando o Governo está conseguindo reconstruir, com todas as dificuldades encontradas, diversos instrumentos que possam fortalecer a educação, com atuação em rede com as universidades e toda a Secretaria-Geral nos próximos três anos.

O Secretário Nacional de Participação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Renato Simões, disse que a expansão da participação social é uma necessidade para o fortalecimento da democracia e, para tanto, são necessários processos formativos no marco da educação popular com participação social nos territórios.

Simões acredita que o MEC tem condições de dinamizar a extensão em participação social. Na sua avaliação, cada universidade tem uma vocação. “Educação popular democrática e participativa. Precisamos avançar na pesquisa, nos currículos. Para que a extensão seja a ponte entre a universidade, com o seu entorno, e com a sociedade”, afirmou.

A Secretária de Ensino Superior do MEC, Denise Carvalho, afirmou que um programa de extensão em participação social necessita de um engajamento social. Ela defendeu as bolsas para indígenas e quilombolas nas universidades, assim como, todos os projetos e programas de inclusão.

O pró-reitor de extensão da Universidade Federal de Uberlândia e presidente do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (FORPROEX), Helder Eterno, enfatizou a necessidade de democratização das instituições e disse que um programa de extensão deve nascer do diálogo e de uma conjugação de esforços entre os ministérios. Segundo o professor, a extensão deve ser encarada como uma política pública com o desafio de gerar diálogo permanente com todos os setores da sociedade e dos movimentos sociais.

Marleide Barbosa de Sousa Rios, da Escola Nacional de Formação da CONTAG, fez considerações sobre a extensão ter um movimento dialético e deve fazer a discussão da retomada ao direito de participação para combater a desigualdade e fortalecer a democracia. Ao mesmo tempo, propôs a construção de espaços públicos respeitando a diversidade da participação social. E defendeu um projeto de educação e comunicação popular.

Olgamir Amância, decana de Extensão da Universidade de Brasília (UnB), falou da extensão como dimensão acadêmica e criticou editais que possam remeter a disputas entre universidades e desqualificar profissionais. Hugo Fanton Ribeiro da Silva, da Central de Movimentos Populares (CMP), falou da relação entre universidades e movimentos populares e de políticas públicas que resultaram dessa história. E enalteceu a possibilidade de uma extensão universitária participativa e popular construída em um ambiente institucional e social. Henrique Kujawa, do Centro de Educação e Assessoramento Popular (CEAP) disse ser fundamental discutir o método e o conteúdo da educação popular quando se pensa em extensão. E afirmou que o resultado da participação é influenciar políticas públicas capazes de melhorar a vida das pessoas. E reconhecer os saberes presentes nos territórios.

As propostas e experiências apresentadas serão subsídios para o relatório do GTT e definição de estratégias para inclusão da participação social na extensão universitária.

fonte: https://www.gov.br/secretariageral/pt-br/noticias/2023/dezembro/proposta-de-extensao-universitaria-em-participacao-social-esta-em-debate-no-governo

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