Texto: Gabriela Villen l Fotos: Ricardo Barbosa, Fabiana Ribeiro e Produção do Bloco l Edição de imagem: Eli J. Machado
Com bonecões, muitas chitas e cores, o Bloco das Caixeirosas encanta crianças e adultos no carnaval de Barão Geraldo desde 2006. O cortejo, que sai no sábado de carnaval, é um espaço para crianças e adultos brincarem mergulhados na cultura popular e no clima dos antigos carnavais. Os ensaios para o carnaval de 2023 acontecem aos domingos, às 15 horas, no CIS-Guanabara, até 12 de fevereiro, e são abertos para toda população. “Todos estão convidados a tocar, cantar, dançar e brincar com a gente”, chama Crisitna Bueno, fundadora e coordenadora do bloco.
Para o carnaval de cada ano, as Caixeirosas trazem uma nova boneca, com sua história e música, que passa a integrar o cortejo. Conforme conta Cristina, a boneca de 2023 chama-se PrimaVera e vem para celebrar a vida, após o longo silêncio imposto pela pandemia. “As bonecas nascem das realidades que estamos vivendo. Sentimos necessidade da primavera com seu reflorecer e esperançar, após o longo inverno pandêmico que vivemos. PrimaVera simboliza a volta de nossa alegria de brincar na rua, como e com as crianças. Poder respirar a beleza e a vida das flores, das rosas que nos acompanham no Bloco Caixei-Rosas e também na Celebrações do ano com Rosário das Caixeiras das Nascentes”, conta.
O bloco tem sua origem nas Caixeiras das Nascentes, grupo popular de percussão também conduzido por Cristina, e conta com o envolvimento de outros coletivos. O grupo teatral Folia na Cidade, por exemplo, atua na animação dos brincantes. Já a Banda das Caixeirosas, que anima a festa depois do bloco, é composta por músicos profissionais e inclui instrumentos de sopro e cordas, além da percussão das caixas. Atores, por sua vez, dão vida aos bonecos, atuando em seus “miolos”.
Caixeiras das Nascentes
Com suas raizes na Caixa do Divino das festas maranhenses, as Caixeiras das Nascentes são um grupo de mulheres que faz uma releitura própria das manifestações populares. “As Caixeiras das Nascentes não têm uma definição única. Somos como cada integrante se sente, juntas, e também como as comunidades da Cultura Popular nos vêem. Algumas Caixeiras se sentem em um coletivo, outras em uma irmandade. Assim vamos seguindo…”, relata Cristina, quando perguntada sobre uma definição do grupo.
“Caixeiras porque tocamos um tambor pequeno considerado sagrado na Festa do Divino do Maranhão. Quem conduz o ritual da Festa são mulheres que tocam esta Caixa, por isso são chamadas de Caixeiras”, conta Cristina, relembrando de suas mestras Dona Celeste, Jacy, Marlene de Alcântara e Família Menezes.
Além do carnaval, o grupo celebra outras festas como: a Festa do Divino, a Congada, as Janeiras, e as Festas Juninas. “A vida vive viva com nossa Cultura e com ela semeamos luz, paz e amor com nossas celebrações”, ressalta. Acompanhe o grupo nas redes sociais e @caixeirasdasnascentes .
