Encontro reúne angolanos e brasileiros em torno da extensão universitária

Texto: Bruna Garcia |  Edição: Gabriela Villen  I  Fotos: José Irani 

O programa de extensão internacional Extensão Sem Fronteiras (EsF) realizou, nesta segunda-feira (13), o primeiro encontro  “Angola e Brasil unidos pela extensão universitária”. O objetivo do evento foi promover a troca de conhecimentos e experiências entre os profissionais da saúde angolanos, que estão na Unicamp pelo Programa de Treinamento em Serviço da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), e estudantes, docentes e funcionários da Universidade brasileiros. O EsF é um programa interdisciplinar e interinstitucional, que busca a internacionalização da universidade pela extensão, fruto de uma parceria da FCM com o Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências (IG) e a Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Unicamp, e com a Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) e Proec da Unesp. 

Para o pró-reitor de Extensão e Cultura da Unicamp, Fernando Coelho, o evento foi uma conversa inicial que deverá ser ampliada e concretizada em ações de extensão nos dois países. “Quando pensamos na extensão, precisamos entender as necessidades e conversar com as comunidades. O objetivo é fazer uma construção de atividades conjuntas”, explicou. 

A médica angolana Maria de Lourdes  Paulo Dias destacou a relevância da inserção da extensão nos programas internacionais de treinamento em saúde, como forma de aproximação com a realidade vivida em seu país de origem. “Eu acho que faz sentido. Eu fiz o treinamento em um hospital muito grande e algumas coisas eu vou poder implementar, outras não. Nem daqui a 5 ou 10 anos. No hospital aqui temos tudo, no meu país isso não é uma realidade”, disse a médica formada pela Universidade Agostinho Neto, que participou do Programa de Treinamento em Serviço da FCM e, atualmente, faz mestrado em Ginecologia e Obstetrícia. O atual convênio técnico de cooperação internacional com Angola, sob coordenação do infectologista Francisco Aoki, completou 20 anos este ano, contribuindo com a formação e especialização de profissionais na área da saúde. (Veja também Cooperação entre Angola e Unicamp capacita profissionais em saúde e no Portal da Unicamp)

“Queremos ouvi-los. Queremos saber mais sobre Angola”, afirmou Rubens Bedrikow, coordenador de Extensão da FCM e do EsF, que foi convidado pela angolana Universidade Agostinho Neto (UAN), para falar sobre extensão universitária na conferência científica da universidade, que acontecerá entre os dias 29 e 31 de maio, em Luanda. Segundo ele, levar o modelo de extensão da Unicamp para Angola pode gerar trocas muito ricas. “Vamos lá conhecer o que eles fazem e  levar um pouco das experiências que temos desenvolvido aqui”, afirmou.

O evento contou ainda com a exposição da estudante do 4º ano de medicina Maria Clara Rocha Silva da FCM, sobre as trocas que vem fazendo com estudantes da Faculdade de Medicina da UAN, no âmbito do EsF. O grupo, formado por três estudantes brasileiros e dois angolanos, visa debater as semelhanças e diferenças entre os projetos de extensão em curso em ambas as faculdades.