Engenharia Popular é tema do Fórum Permanente Especial da próxima terça-feira (21)

Texto : Gabriela Villen

Educação Popular, autogestão, justiça social e ambiental, feminismo, antirracismo e anti-LGBTQ fobia, o cuidado com a vida, a valorização da cultura em sua diversidade e o reconhecimento e diálogo entre os diversos saberes. Esses são os princípios da Engenharia Popular, que estará no centro do debate do próximo Fórum Permanente Especial, que acontece na próxima terça-feira (21), a partir das 9 horas, no Centro de Convenções (CDC) da Unicamp.  O evento faz parte da programação comemorativa dos 20 anos dos Fóruns Permanentes da Unicamp, realizados pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), que visam promover a aproximação entre o pensamento acadêmico e a comunidade. As inscrições podem ser realizadas no formulário. Confira a programação completa.

Alice Fernandes, discente da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) e uma das organizadoras do evento

“O conceito de Engenharia Popular surgiu a partir da atuação de engenheiros, engenheiras, técnicos, com movimentos sociais. Não no sentido de uma consultoria, mas reconhecendo o diálogo entre os diversos saberes, os saberes populares, tradicionais e acadêmicos de diferentes disciplinas”, explicou Alice Fernandes, discente da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) e uma das organizadoras do evento, ao lado de Romis Attux, José Henrique Araújo de Oliveira e Larissa Medeiros de Andrade, da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) e Lais Fraga, da FCA.

Ela ressaltou que os movimentos sociais possuem muita demanda técnica, que pode ser atendida pelas engenharias. “As engenharias possuem as ferramentas para poder ajudar, mas muitas vezes temos que adaptar essas ferramentas para o contexto, para fazerem sentido para essas pessoas. Por isso vamos entrar no debate de tecnologia social e de como usar a tecnologia para empoderar determinada comunidade”, contou. 

O evento contará com a participação de Renato Dagnino, um dos fundadores do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp e referência no conceito de Tecnociência Solidária, com a palestra “Pensando o Engenheiro para o Brasil do Futuro”, às 11h30.

A relação entre Agricultura e Meio Ambiente será o tema do primeiro debate do dia, às 9h15. Ela pretende refletir sobre os desastres ambientais, o colapso climático e o que as engenharias têm a ver com eles.

Grupo de Pesquisa em Empresas Recuperadas por Trabalhadores
é um grupo composto por estudantes e pesquisadores de Unicamp, USP, UFRJ, Unirio, UFVJM e UFRN, na Flaskô, fábrica de transformação plástica localizada em Sumaré que ficou por mais de 10 anos sob controle operário.

O debate sobre a Formação Tecnológica em Engenharia Popular, às 14 horas, contará com a presença de Tarsila Atolini, professora da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha Mucuri (UFVJM) e com especialistas do Núcleo de Tecnologia do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Alexandre Zago Boava, Edneusa do Rosario e Gabriel Drebtchinsky Quintaes de Carvalho, além de José Henrique Araújo de Oliveira, da FEEC.

Conforme destacou Alice Fernandes, a organização do Fórum buscou trazer para o debate os diferentes atores envolvidos com o tema. “Buscamos trazer outros olhares sobre os problemas que enriquecem o debate”, pontuou.

A última mesa, às 16 horas, abordará o tema da Curricularização da Extensão, refletindo sobre sua relação com a Engenharia Popular. “Vamos discutir qual a extensão a Engenharia Popular gostaria que houvesse nas faculdades de engenharia, principalmente no contexto atual da curricularização da extensão. Será uma oportunidade para conhecer alguns projetos já realizados e, além disso, possibilidades e caminhos para projetos futuros”, afirmou Alice Fernandes.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima