Fórum Permanente debate os efeitos da crise climática em populações vulneráveis

Texto: Fernando Barbosa

Os efeitos da crise climática em populações marginalizadas e vulneráveis foi o tema do Fórum Permanente, realizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Unicamp, nos dias  14 e 19 de setembro. O evento foi organizado pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (Ifch), em parceiria com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), a Comissão Assessora de Mudança Ecológica e Justiça Ambiental (Cameja) da Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DEDH) e o Programa de Doutorado em Ambiente e Sociedade da Unicamp. O Fórum reuniu a academia, com líderes da luta climática, comunidades vulneráveis periféricas e comunidades rurais sustentáveis, para debaterem a justiça climática e o racismo ambiental. 

Ana Ávila, do Cepagri e uma das organizadoras do evento, defendeu iniciativas como a de um radar meteorológico para dar alertas e prover soluções de defesa para efeitos climáticos intensos. “Em breve, a gente espera ter um radar meteorológico, que vai nos trazer a possibilidade de monitoramento desses eventos intensos”, prevê ela. 

A advogada Luciana Lima Souza (NEPAM/IFCH/UNICAMP – Global Ecovillage Network), mostrou um panorama de comunidades como as ecovilas, que ficam sujeitas às políticas públicas e ao avanço dos meios urbanos ao seu redor. “Quando eu analiso os planos diretores de zoneamento, eu tenho impressão que existe um descompasso desses planos diretores com os planos nacionais e os acordos que o Brasil assume, para atingir metas de enfrentamento e de adaptação climática. Existe pouca efetividade na hora de executar”, ressaltou.

Liderança de projetos que têm por objetivo formar um corredor ecológico, chamado cinturão verde, Fabiana Maia, da Ecovila e Instituto Terra Luminious,  defendeu essa forma de iniciativa para proteger as áreas vulneráveis e mostrou várias das unidades que já foram implantadas. “Desenvolver um modelo de gestão, escalável e replicável, em zonas de amortecimento e áreas protegidas ameaçadas, por meio de ocupação humana sustentável, combinando a conservação e regeneração da biodiversidade com o desenvolvimento social” é a meta desses cinturões verdes apresentados por Maia.

Foram debatidos ainda: “Assentamentos humanos paulistas diante dos impactos climáticos”; “Eventos extremos e impactos climáticos na cidade de Campinas”; “Comunidades periféricas vulneráveis, o racismo climático e a justiça ambiental no Estado de São Paulo”; “A questão do uso e ocupação da terra no Estado de São Paulo: ativismo e trabalho das ecovilas rurais e comunidades sustentáveis”; e “O papel das comunidades cosmopolitas de risco e a emergência climática”.

A integra do evento pode ser assistida no canal dos Fóruns Permanentes.

Confira também os próximos eventos na agenda dos Fóruns Permanentes.

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