Fóruns Permanentes abordam como temas juventude, educação, mobilização e trabalho

Texto: Gabriela Villen | Revisão: Felipe dos Santos | Foto: Bruna Garcia | Edição de Imagens: Rafael Fonseca

Apresentar pesquisas voltadas para juventude nas diversas áreas de conhecimento e contribuir para mobilização dos jovens no atual contexto do país são os objetivos do Fórum Permanente “Juventude em Movimento”, que acontece na próxima segunda-feira (19), a partir das 9 horas, no Centro de Convenções (CDC) da Unicamp. De acordo com Dirce Zan, professora da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp e uma das organizadoras, o evento refletirá tanto sobre as mudanças culturais, sociais, econômicas e políticas vividas pelos jovens no Brasil, quanto sobre os diferentes movimentos e as diversas formas de engajamento dessa juventude. Os Fóruns Permanentes da Unicamp são realizados pela Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC). As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no formulário.

“Existe um ideal de mobilização juvenil organizada nos partidos e nas grandes manifestações.  O que a gente vê é que talvez estejamos vivendo um contexto em que eles buscam outras formas de se mobilizar e de se organizar. O tema da arte e da cultura mobilizam muito. Há diferentes formas de estarem inseridos e envolvidos em uma movimentação”, refletiu Zan, citando como exemplo a batalha de rap Cálice, que acontece em Campinas. 

A pesquisadora destacou os efeitos da pandemia sobre essa geração, que precisou voltar a contribuir com a renda familiar: “A gente viu, até 2014, um certo refresco para jovens de 15 a 17 anos, que puderam ficar na escola. As pesquisas, através do PNAD [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios], apontavam que, mesmo entre os mais pobres, a juventude pôde, nesse período, ser liberada pelas famílias para ficar na escola. Com a pandemia, isso muda completamente, muitos deles precisaram retornar ao mercado”, relatou.

A fim de realizar um debate arraigado nas inquietações dos jovens e incluí-los nas discussões, o Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas, Educação e Sociedade (GPPES), responsável pela organização do evento, mobilizou os estudantes de Ensino Médio que realizam iniciação científica na Unicamp, com bolsa do PIBIC-EM (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio).  “Eles trouxeram muitas ideias, propostas e muitas dúvidas, que estão sendo compartilhadas com os conferencistas das mesas, para que eles, de alguma forma, dialoguem com essas preocupações”, explicou a professora. Os bolsistas participarão também do Fórum, trazendo perguntas do coletivo para os debatedores. 

Na programação do Fórum, estão incluídas quatro mesas redondas que abordam a relação da juventude com educação, engajamento e trabalho. A primeira sessão terá como foco as mudanças no perfil dos estudantes universitários nos últimos 10 anos e os impactos das novas regulamentações no Ensino Médio.

Já a sua relação com os movimentos sociais será o tema da segunda e da terceira mesas, que trarão  estudos sobre o engajamento da juventude com os grupos evangélicos, com o movimento do funk e com os movimentos ambiental e sindical, além da luta por direitos na região, a partir da experiência do Conselho da Juventude de Campinas.

O mundo do trabalho e os desafios que ele apresenta para a juventude serão o foco da última mesa, com reflexões sobre a (des)regulamentação do trabalho plataformizado, que atinge diretamente esse grupo, e as inovadoras formas de empreender nas comunidades. “Desde antes da pandemia, mas em especial na pandemia, os jovens se organizaram para conseguir sobreviver e dar apoio às suas comunidades na periferia da cidade”, conta Zan. A difícil articulação entre escola e trabalho enfrentada pelos estudantes de EJA (Educação de Jovens e Adultos) também estará em debate nessa mesa. 

Confira a programação completa.

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