Ministra de Angola visita a Unicamp e busca consolidar parcerias

Texto: Gabriela Villen  I  Fotos: José Irani

A Unicamp recebeu nesta quinta-feira (29) a Ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola, Maria do Rosário Bragança. A comitiva foi recebida pela coordenadora-geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti; pelo pró-reitor de Extensão e Cultura, Fernando Coelho; pela superintendente do Hospital de Clínicas (HC), Eliane Ataide; pelos diretores da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Cláudio Coy e Erich de Paula; pelos coordenadores de extensão, Rubens Bedrikow, e internacionalização, Otávio Rizzi Coelho Filho, da FCM; além dos preceptores e alunos angolanos da medicina. A visita fez parte de uma agenda que buscou materializar ações que constam no acordo bilateral firmado entre os dois países, no campo da educação, ciência, tecnologia e inovação. As reuniões incluíram os ministros brasileiros da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e da educação, Camilo Santana, em Brasília.

“Pretendemos que a Universidade de Campinas seja um parceiro das nossas universidades para concretização desses planos que estamos a preparar”, afirmou Maria do Rosário Bragança. De acordo com a ministra, o governo angolano busca a melhoria da qualificação, especialmente nas áreas de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) . “A Universidade de Campinas está entre as melhores universidades do Brasil. É nosso interesse que a Universidade de Campinas seja parceira do Governo angolano, seja a nível de graduação, sobretudo nas áreas deficitárias do país, nomeadamente nas áreas STEM, seja na formação pós-graduada, com foco na formação diferenciada dos nossos docentes. E também numa área específica, a formação médica especializada”, ressaltou.

A vice-reitora comentou sobre sua experiência em Angola em 2006 e sobre o projeto na sua área de infectologia, que trouxe médicos e médicas angolanos para treinamento em doenças infecciosas e AIDS, durante 5 anos. “Foram anos de muita troca e ficou esse sentimento de muita simpatia”, relembrou. Para ela, a visita da Ministra é uma oportunidade para reforçar esses laços com Angola efetivamente. “É importante que a gente tenha um plano e realize esse convênio, para que venham pessoas de Angola vêm para cá e nós também possamos ir até lá. É uma troca. Toda vez que nós temos alunos ou professores estrangeiros é uma troca imensa. Aprende quem vem, aprende quem recebe”, concluiu Maria Luiza Moretti.

Para o pró-reitor de Extensão e Cultura, a aproximação angolana é uma oportunidade ímpar. “A conversa tem muito a contribuir para os dois lados. Essa parceria alarga os horizontes da universidade. Quando a gente pensa nas interações com a sociedade, esse intercâmbio sul-sul, com América Latina e África, é fundamental. As realidades que as pessoas vivem nesses países se aproximam muito da realidade brasileira”, pontuou. 

A extensão ganhou destaque na reunião, apontada como local estratégico para as trocas entre os dois países. “Esses processos de internacionalização pela extensão já vem acontecendo em outros lugares, porque a extensão tem muito a contribuir, no sentido de estabelecer diálogos com os territórios e conversar com as populações, de interagir com as pessoas e, a partir daí, buscar soluções conjuntas, que interessem aos alunos que estão envolvidos, às universidades e obviamente, aos docentes. Ela dá um mote para que a gente também faça pesquisas mais focadas na realidade das pessoas, na realidade dos países”, reforçou Coelho.

Rubens Bedrikow anunciou a elaboração de um programa internacional de extensão universitária, em parceria da FCM com as Pró-reitorias de Extensão e Cultura da Unicamp e da Unesp, o Instituto de Geociências (IG) da Unicamp e a Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design da Unesp. “Estamos muito entusiasmados. O programa está sendo elaborado agora, está saindo do forno. É um programa internacional que prevê a inclusão de 20 países, entre eles Angola”, explicou. Bedrikow aproveitou a ocasião para convidar oficialmente as universidades angolanas para comporem o programa. Segundo ele, o objetivo é trocar informações sobre o fazer extensionista, formas de financiamento, divulgação e avaliação, além de construir caminhos para a mobilidade internacional através da extensão. “Em um segundo momento, que a gente faça realmente intercâmbio, para que um aluno angolano possa vir ter essa experiência de fazer uma atividade de extensão com nossos alunos”, afirmou.

 

 

A decana da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, Fernanda Dias, destacou a extensão como preocupação preponderante. “Nós abraçamos desafios dos três pilares, que são indissociáveis: ensino, que é pré e pós graduado, a investigação e a extensão. É relativamente a extensão que nós gostaríamos de ter o apoio e ficamos bastante felizes em saber que existe um projeto. Nós gostaríamos de fazer parte dele”, afirmou. 

A rápida passagem pela Unicamp incluiu uma visita ao HC, motivada pela construção em andamento do hospital na Universidade Agostinho Neto, em Angola. A comitiva estava particularmente interessada na a experiência da Unicamp de concepção e gestão de um hospital universitário. 

 

A fim de dar andamento, foi instituído um grupo de trabalho com membros da Unicamp e de Angola, para estabelecer um programa com ações concretas.

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